Eu escolhi não te escolher, eu escolhi me livrar das coisas que me faziam mal. Isso me lembra um texto que li quando mais nova, onde Chaplin com sua genialidade descreve o autoconhecimento gerado a partir da aquisição do amor mais importante, o amor-próprio. Pois então, acho que me encontro agora neste momento, permeado por um egoísmo saudável, que me coloca no centro do meu próprio mundo, onde eu tenho autonomia e poder de escolher o melhor pra mim.
Realmente, não tenho idéia de quem sou, quase comprei alguns rótulos ao longo da minha vida, alguns estereótipos sociais que categorizam as pessoas como produtos, como se fosse simples assim. "O tímido", "A extrovertida", "A desastrada", palavrinhas simples e perigosas que pressupõe, muitas vezes, que numa mesma pessoa não possa existir opostos, ou mesmo tudo. É lógico que em determinados momentos na vida, algumas características sobressaem mais que outras, isso é fato, mas, não significa que eu resuma a este conjunto de atributos referentes a mim. Eu não sou uma palavra, que se fecha em sua semântica e fonética específica, eu posso mudar a todo momento, eu posso ser boa e má na mesma intensidade. Bom, é por isso que não sei quem sou, e provavelmente nunca vou ter essa resposta. Na melhor das hipóteses posso arriscar saber quem sou agora, mas vestir essa roupa como uma armadura? Não, eu me recuso.
Então, voltando ao meu raciocínio prolixo - adoro essa palavra, sooa tão bonita - estou numa posição arriscada, que exige responsabilidade, afinal tenho tomado algumas decisões difíceis, como esta de não te escolher. Mas, confesso, estou pensando mesmo em mim. Pergunto-me todos os dias: O que eu quero fazer agora? Pode ser a coisa mais fútil e simples, mas tento me presentear e apreciar a concretização daquele desejo imediato, sim, estou mesmo me mimando, e porque não?
Nunca gostei tanto, quanto agora, de estar em minha própria companhia, nunca gostei tanto de fazer algo, sem um porque lógico ou um objetivo específico, somente pelo prazer do momento. Os meus últimos momentos de felicidade plena foi fazendo coisas inúteis ou bobas, exemplo, ficar repetindo minha palavra preferida em francês (Adore) me deliciando com a sua musicalidade e beleza, até rir sozinha de mim mesma, ou então, ficar super feliz com um corte novo de cabelo. Coisas assim, "irrelevantes" fazem parte do momento que estou agora, um momento hedônico, de descoberta do que me agrada, do que não me agrada, do que eu quero alcançar e do que eu quero eliminar. Tenho me perdoado muito também, sei que tou me educando muito mal, mimando e perdoando, mas sempre fui severa demais com minhas próprias falhas, sempre exigi muito de mim, para quê? Para quem? Talvez essa seja a questão que eu preciso responder.
Tenho cuidado muito de mim também, sem o clichê do jardim e das borboletas de Shakespeare. Larguei alguns vícios, principalmente os que envolviam relacionamentos, diminui minhas tarefas, tenho dormido mais horas, tenho me alimentado melhor, tou em dias com o médico (nem tanto), tenho lutado contra o desleixo de cuidar da minha aparência fisica, mas o principal, tenho me cuidado espiritualmente, sem ser filiada a nenhuma religião, afinal, detesto normas de fé. A minha fé brota quando eu vejo uma criança nascendo e mamando, ou um pôr-do-sol. A minha fé é extremante eclética, pessoal e miscigenada, sinto-me filha de Yemanjá, acredito na energia da natureza, me considero espírita, sou curiosa das religiões orientais, fui batizada no catolicismo, já me emocionei muito em cultos protestantes, sou uma pisciana nata, energizo frequentemente cristais e para completar estudo psicologia e adoro a área dela que vai de contra tudo isso que eu citei, a área cética, ateísta. Devia estar numa crise identitária por isso, mas não, eu estou tranquila. Estou descobrindo aos poucos que eu não preciso ser coerente, parafraseando Mário Quintana, não faço força para ser entendido, quem faz sentido é soldado.
E quando eu digo que não te escolhi, não se ofenda, eu não te escolhi por sua causa, mas porque dessa vez resolvi escolher a mim. Estou exercendo o "1,2,3 salve eu", pode ir um pouco de contra aos valores de solidariedade, amor ao próximo, caridade, mas foda-se, eu percebi que pra eu cuidar de alguém eu tenho que cuidar de mim primeiro, que para eu revolucionar o mundo, eu tenho que limpar a sujeira do meu próprio, enfim, eu me permiti, para poder ficar mais preparada para, finalmente, escolher você.
E quem é você? Você é toda simbologia de outro, você é o que tem que vir pra somar, não pra acoplar e virar um só. Você é a profissão que eu escolhi fazer, é meus pacientes, é as pessoas que precisam de mim, é minha família, são as minhas paixões, são os meus amigos. Você é qualquer coisa que não seja eu, se bem que isso é bem confuso, porque nossa interação é bidirecional e a gente se modifica, ao ponto do meu "eu" ter muito de você. De qualquer forma, é uma escolha temporária, não sobreviveria muito tempo se não fosse, mas preciso mesmo dessas férias de você e conhecer a mim mesma, mesmo que eu saiba que é uma missão contínua. Por fim, desejo-me sorte e te desejo paciência.
E que assim seja.
Realmente, não tenho idéia de quem sou, quase comprei alguns rótulos ao longo da minha vida, alguns estereótipos sociais que categorizam as pessoas como produtos, como se fosse simples assim. "O tímido", "A extrovertida", "A desastrada", palavrinhas simples e perigosas que pressupõe, muitas vezes, que numa mesma pessoa não possa existir opostos, ou mesmo tudo. É lógico que em determinados momentos na vida, algumas características sobressaem mais que outras, isso é fato, mas, não significa que eu resuma a este conjunto de atributos referentes a mim. Eu não sou uma palavra, que se fecha em sua semântica e fonética específica, eu posso mudar a todo momento, eu posso ser boa e má na mesma intensidade. Bom, é por isso que não sei quem sou, e provavelmente nunca vou ter essa resposta. Na melhor das hipóteses posso arriscar saber quem sou agora, mas vestir essa roupa como uma armadura? Não, eu me recuso.
Então, voltando ao meu raciocínio prolixo - adoro essa palavra, sooa tão bonita - estou numa posição arriscada, que exige responsabilidade, afinal tenho tomado algumas decisões difíceis, como esta de não te escolher. Mas, confesso, estou pensando mesmo em mim. Pergunto-me todos os dias: O que eu quero fazer agora? Pode ser a coisa mais fútil e simples, mas tento me presentear e apreciar a concretização daquele desejo imediato, sim, estou mesmo me mimando, e porque não?
Nunca gostei tanto, quanto agora, de estar em minha própria companhia, nunca gostei tanto de fazer algo, sem um porque lógico ou um objetivo específico, somente pelo prazer do momento. Os meus últimos momentos de felicidade plena foi fazendo coisas inúteis ou bobas, exemplo, ficar repetindo minha palavra preferida em francês (Adore) me deliciando com a sua musicalidade e beleza, até rir sozinha de mim mesma, ou então, ficar super feliz com um corte novo de cabelo. Coisas assim, "irrelevantes" fazem parte do momento que estou agora, um momento hedônico, de descoberta do que me agrada, do que não me agrada, do que eu quero alcançar e do que eu quero eliminar. Tenho me perdoado muito também, sei que tou me educando muito mal, mimando e perdoando, mas sempre fui severa demais com minhas próprias falhas, sempre exigi muito de mim, para quê? Para quem? Talvez essa seja a questão que eu preciso responder.
Tenho cuidado muito de mim também, sem o clichê do jardim e das borboletas de Shakespeare. Larguei alguns vícios, principalmente os que envolviam relacionamentos, diminui minhas tarefas, tenho dormido mais horas, tenho me alimentado melhor, tou em dias com o médico (nem tanto), tenho lutado contra o desleixo de cuidar da minha aparência fisica, mas o principal, tenho me cuidado espiritualmente, sem ser filiada a nenhuma religião, afinal, detesto normas de fé. A minha fé brota quando eu vejo uma criança nascendo e mamando, ou um pôr-do-sol. A minha fé é extremante eclética, pessoal e miscigenada, sinto-me filha de Yemanjá, acredito na energia da natureza, me considero espírita, sou curiosa das religiões orientais, fui batizada no catolicismo, já me emocionei muito em cultos protestantes, sou uma pisciana nata, energizo frequentemente cristais e para completar estudo psicologia e adoro a área dela que vai de contra tudo isso que eu citei, a área cética, ateísta. Devia estar numa crise identitária por isso, mas não, eu estou tranquila. Estou descobrindo aos poucos que eu não preciso ser coerente, parafraseando Mário Quintana, não faço força para ser entendido, quem faz sentido é soldado.
E quando eu digo que não te escolhi, não se ofenda, eu não te escolhi por sua causa, mas porque dessa vez resolvi escolher a mim. Estou exercendo o "1,2,3 salve eu", pode ir um pouco de contra aos valores de solidariedade, amor ao próximo, caridade, mas foda-se, eu percebi que pra eu cuidar de alguém eu tenho que cuidar de mim primeiro, que para eu revolucionar o mundo, eu tenho que limpar a sujeira do meu próprio, enfim, eu me permiti, para poder ficar mais preparada para, finalmente, escolher você.
E quem é você? Você é toda simbologia de outro, você é o que tem que vir pra somar, não pra acoplar e virar um só. Você é a profissão que eu escolhi fazer, é meus pacientes, é as pessoas que precisam de mim, é minha família, são as minhas paixões, são os meus amigos. Você é qualquer coisa que não seja eu, se bem que isso é bem confuso, porque nossa interação é bidirecional e a gente se modifica, ao ponto do meu "eu" ter muito de você. De qualquer forma, é uma escolha temporária, não sobreviveria muito tempo se não fosse, mas preciso mesmo dessas férias de você e conhecer a mim mesma, mesmo que eu saiba que é uma missão contínua. Por fim, desejo-me sorte e te desejo paciência.
E que assim seja.
Acho que quando a gente conhece a si mesmo, é como se "erros" (não seria beme ssa palavra) fossem reparados, e no fim das contas, a gente percebe que a nossa melhor e mais fiel compania somo nós mesmos. Amor próprio é o melhor amor que alguém pode sentir :)
ResponderExcluirSempre belas palavras
Sua fã
um talento com as palavras..parabens!!!
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