terça-feira, 19 de novembro de 2013

Avenida 9 de julho, Buenos Aires

E na nove de julho
passei e caminhei
olhei perdidamente
lágrimas deixei

Deixei sorrisos
os ruídos
e os caminhantes
testemunhas do grande achado
perdida
eu

A nove de julho
foi palco
das infinitas telas que pintei
a janela de Liz
e o fim urbano da tarde

Com uma garrafa de vinho
embaixo do braço
com uma alegria e uma angústia no peito
a nove de julho era eu
com frio
e nua
a nove de julho me conheceu.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

E vem de todos os lados
a tal da falta que gera movimento
E eu não entendo
Essa insatisfação constante
De só reconhecer depois
a importância do instante
De só amar depois que passa
cada sentimento.

sábado, 2 de novembro de 2013

Menina com mania de organizar
Organiza documento, armário
e até o dia.
Mas que boba essa menina,
A felicidade é pra quem bagunça,
desorganiza e inventa
A vida é grande demais para caber em uma agenda.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sou poeta de mim mesma
Do vazio
e do medo que me acompanha
Quem leria os versos desordenados da minha vida?

Mente obtusa
vida desembaraçada
Escrevo meus ventos
Escrevo a minha rosa

Sou poeta dos faróis altos
dos apressados
e dos mudos
A lingua é maior viagem entre dois mundos.

Um caminho largo e sonoro
entre histórias
Sou poeta e uso a palavra
para subverter
subverter as imagens
que me causam
sede
insônia
e dor.
A cabeça roda
Os pés seguem
Os olhos se perdem
As mãos anseiam
a escrita,
salvação.

Nesta tempestade
a poesia é o meu barco.
O caos atropela
mas o desejo,
continua a arder.

Os meses passam
E vem a saudade
de quando não haviam fronteiras
para os meus passos.

Aprendi com o céu,
as estrelas e o luar
que todos vemos o mesmo
quando olhamos para cima.

O mundo é um giro
Uma volta
Um suspiro.
Quero te beijar na Metade do Mundo
Nem pela metade
Nem pela última vez

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Eu te amo
Como quem se despediu
Sabendo que a ingenuidade foi rompida
Sabendo que não haverá futuro

Se nos juntarmos é temporário
Se nos separarmos
o vento leva
e dita as direções

Quase não vejo nada
Nem do termo
e do meio em que estamos
De estar sem estar estando
De amar, partindo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Acordei
sentimento
Mas sensível do que nunca
vendo tudo que eu deixei
voltar

Girando no meio do velho
sem saber o que de fato é velho
sonhando
em voar de novo
não é hora de parar.

Passa tudo
e o novo vem
aprendi na estrada
nas estações, nos encontros e despedidas.

O novo caminha em minha direção
e eu caminho em direção ao mistério.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

E ai veio a morte
e como um redemoinho arrastou
tudo, tudo que não se sustentava mais
tudo que capengava
tudo que estava meio firme, meio solto.

E ai veio o caos
varreu as ruas
deixando tudo vazio
cinza
amargo
como a solidão

Frio como abandono
sem sentido

E ai veio a lágrima
a dor
as perguntas
o sangue
o desespero
o grito

A luta
sigo em luta

E ai veio a saudade
a esperança
a falta
a lembrança
o medo

O sofrimento sorria
e o tempo tudo assistia
cálido, mudo.

Gelado
chão
corpo aberto

E ai chegou o abraço
o afeto
as palavras,
os remédios

Saiu o choro preso
e finalmente o perdão.

Nasceu pontos de cor
azul, verde, amarelo
eu vi o vermelho
e a luz

Do caos a criação
ao oxigênio
ao amor

A vida envolvia o chão
que não era mais chão
era céu
era nuvem
era paz.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Rise

Sim, já sinto o seu cheiro entrando em mim.
Liberdade,
que sempre esteve aqui dentro,
sorri.
A hora é agora.

Pés descalços.
A energia vem do sol
percorre o meu corpo
e escoa na terra.

Troca, fluxo.
Pouco a pouco vou deixando os pesos para trás.
Gente, medos,
roupas e compromissos.
A mala está cada vez mais vazia
para encher.

Vem liberdade
percorre minhas veias
infla meu peito.
Inspiração,
expiro coragem.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Nos braços seguro
no ninho
no apego
tudo é sereno
tudo se prevê.
Estou saindo sozinha
sem guarda-chuva
quem me guarda?
A luz do sol.
Vem estrada,
chega a hora de caminhar
com meus pés
Já consigo conviver com o limite
Vou e vou com o vento
Mas, eu volto,
muito mais eu.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Eu posso suportar tudo,
o silêncio, a dor, a falta.
Eu posso sentir e aguentar
todo esse tempo.
Mas, por favor,
não suje a nossa água.

quarta-feira, 3 de abril de 2013


Os cronopios preferem o acaso,
Assim eu te encontrei.
Encontrei o que fingiu ter morrido em mim
Lágrimas, sangue, vontade de viver.
Preciso pular a janela
O mundo deu uma volta dentro de mim.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mãe,
me dê um banho de benção
gelada
salgada.
Pele na areia
pés no chão.
Mãe,
fortalece, levanta, cura.
Me protege.
No mergulho sinto o abraço
e ouço o seu "siga em frente"
Sigo mãe,
com seu beijo de sal e perfume de sol.