terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tão distinto ele era,
como pôde me desejar?
Como pôde querer meu colo e meu corpo,
aquele homem que tanto respeito?
Se ele pedisse eu me despia, tão grande é o respeito que tenho por ele.
Nada a ele negaria.
No entanto, algo se quebrou entre a gente, eu sei.
Quando o vi indefeso diante aos meus encantos e pernas a mostra.
Ele me desejou.
Só que não me sinto suja e eu não sinto nojo.
Eu não sinto nada.
Eu estou completamente fria.


Os beijos nunca tiveram reciprocidade.
Os barcos nunca navegavam na mesma velocidade.
O ritmo não encaixou na letra,
e você fugiu,
para uma nota mais adequada.

Juno

Eis que estou aqui sem controle,
refém da minha própria insegurança.
Irracional, insatisfeita.
Meu corpo inteiro dói, a dor da cólera, a dor do amor não correspondido.
Sufoca os meus pulmões este ciúme.
O choro continua preso, cristalizado, não sai da garganta.
Ansiedade no peito, pensamento não pára.
No meu sangue razão e emoção degladiam-se.
Estou afogada em mim mesma e com vergonha do meu ego ferido.
Orgulhosa, cansada, sua, exposta.
Jogando todas as cartas, arriscando todas as fichas.
Eu preciso de paz!
Eu preciso dormir tranquila.
Na busca incessante por um porto, pela plenitude.
Hoje que eu queria ser uma árvore, hoje eu queria ser alienada de mim mesma.
A ignorância é um presente, já que não tem coisa pior do que ter consciência sobre si e se vê sempre errando.
Mas o que é errar, se eu gozo dessa maneira?
Minha vida sem angústias é no minimo medíocre e eu não nasci pra ser medíocre.
Bem-vindos ao meu divã.


Arrumei as malas, fechei o ciclo. Com lágrimas nos olhos abandonei o seguro do costume e partir em busca do novo, do desconhecido. Deixo a mudança me mudar, deixo a vida me viver. Deixo minha rotina desarrumar. Tenho fé no crescimento. O cômodo e o confortável não foram feitos para o meu espírito inquieto. O meu modo de amar é em movimento.