terça-feira, 20 de setembro de 2011

Juno

Eis que estou aqui sem controle,
refém da minha própria insegurança.
Irracional, insatisfeita.
Meu corpo inteiro dói, a dor da cólera, a dor do amor não correspondido.
Sufoca os meus pulmões este ciúme.
O choro continua preso, cristalizado, não sai da garganta.
Ansiedade no peito, pensamento não pára.
No meu sangue razão e emoção degladiam-se.
Estou afogada em mim mesma e com vergonha do meu ego ferido.
Orgulhosa, cansada, sua, exposta.
Jogando todas as cartas, arriscando todas as fichas.
Eu preciso de paz!
Eu preciso dormir tranquila.
Na busca incessante por um porto, pela plenitude.
Hoje que eu queria ser uma árvore, hoje eu queria ser alienada de mim mesma.
A ignorância é um presente, já que não tem coisa pior do que ter consciência sobre si e se vê sempre errando.
Mas o que é errar, se eu gozo dessa maneira?
Minha vida sem angústias é no minimo medíocre e eu não nasci pra ser medíocre.
Bem-vindos ao meu divã.


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