segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Desse encanto
portanto
desencanto
um tanto
como se fosse tanto
o pouco que és.

sábado, 6 de agosto de 2011

"Um monte de coisas que sonhei"

Ontem a noite acabou com nós dois andando pela rua vazia, sem direção, sem horário e sem pressa. A lua, a brisa e o silêncio eram as únicas testemunhas daquele nosso presente. Você sorria, eu sentia paz. Estávamos juntos, sim estávamos, e não era necessário nominar. Qualquer palavra soaria vaga e reducionista naquele momento. Eu que só ando solta, me vi de mãos dadas com você. Já não pensava no futuro e muito menos na minha expedição agendada. Não me lembrava da mochila feita, nem do dinheiro guardado. Que me desculpem os meus planos, mas não controlarei este sentimento. Sim, eu digo sim, eu aceito esta liberdade de estar só com você. Velocidade, movimento, intensidade. Tenho improvisado neste palco em que você é o único na plateia. O seu corpo tem cheiro de mar, de pôr-do-sol, e eu já não sinto medo de percorrê-lo. Tenho o mundo aos meus pés, e muita ânsia de viver e de experimentar as coisas, não abro mão disto. Pegue seu violão, vamos comigo? Sou assim, sou intensa. E apesar de tentar controlar isto o tempo inteiro, sei que preciso deixar fluir a espontaneidade que tinha quando criança, vivendo sem racionalizar demais. A verdade é que eu não sei chorar minhas dores, vou soterrando-as, fujo, não me entrego de forma alguma. E acabei endurecendo com o tempo, até demais. Só que agora, resolvi esquecer as lanternas e caixa de remédios em casa. Estou disposta a entrar nesta aventura e deixar o excesso de precaução para trás. Eu já não tenho mais fobia do escuro. O incerto já vem puxando meu tapete há algum tempo. Por isso que não vou medir palavras pra registrar o meu agora. Será que vai durar até amanhã? Só amanhã pra saber. Alguns desfechos são cruéis, mas as flores mais fortes são as que nascem do cimento. Enfim, isto não é mais importante. Recortei aquele momento e pendurei no varal das cores inéditas. Quero relembrá-lo, quero revivê-lo. Só desejo que sejamos, antes de tudo, grandes amigos, e que cuidemos do espirito um do outro. Sem projeções, idealizações e grandes expectativas, vamos crescer, vamos ser, vamos estar. Como estávamos ontem de mãos dadas naquela rua vazia.