sábado, 26 de março de 2011

Atentado ao meu pudor.

Verdade
Diferença
Crime
(RE)forma.
Mentes Perigosas?
Idiotas!
Espalhados nos jornais, nos fóruns, nas platéias.
Centralização do saber, do poder.
Democratizem a democracia!
Abram, não enterrem os vivos.
Falem aos miseráveis.
Não queremos mais catequistas nem evangelizadores.
Não queremos mais experimentos, nem “civilização”
Queremos política, transform(AÇÃO)
Novas engrenagens?
Recuperação?
Estamos cansados de “Readaptação” “Ressocialização” “Reenquadramento”,
Quadrado.
Norma social.
Qual a média?
Qual o certo?
O que é normal?
Os verdadeiros loucos são os que enquadram, os que discriminam, os que marginalizam...
Loucos somos nós, presos na nossa ânsia de liberdade.
Estamos sozinhos, virtuais, offlines.
Discursos bonitos não acompanham mudanças,
e a política ainda segue a ideologia “Caça às bruxas”.
Eu quero as bruxas e os hereges no poder.
Quero as mulheres nas assembléias, nos fóruns, e os escravos torturados ocupando a casa grande...A Casa Branca.
Homofobia? A gente tem que ter fobia é de corrupção, é de violação, é de abuso.
Não fobia do amor livre e da adoção.
A gente tem que ter fobia do nosso comodismo, e do nosso orgulho brasileiro somente em copa do mundo.
Fobia, covardia, paralisia, manutenção...
“Só não enxerga quem não quer...”
“Só não enxerga quem não quer...”

...

Pelo mesmo medo de continuar, eu permaneço.
Maior que o medo de ficar, tem sido o medo de perder.
Perder o canto, perder o adormecer tranqüilo.
Mãos, pés, laços, réguas, compasso...
Caminho para me render...
Passionalidade.
Sinestesia irracional.
Perco o tempo, perco coisas.
Pastas, certidões, cédulas, euros...
Coisas...
Junte tudo, embarque comigo nesta cama de gato.
Olhos atentos, espelhos e varandas...
Escrevo um poema em você.
O meu poema em você.
Deslizo minhas mãos mais inseguras sobre o seu corpo desconhecido.
Abandono o barco? Abandono o medo?
Abandono- me.

Habitat


Eu poderia escrever mil coisas sobre este lugar,
“Cobra-chata” que não sai do meu pensamento.
Só vejo água ao meu redor e de repente tudo perde o sentido.
Janaína chama meu nome...
Sou filha desse lugar!
Sangue de pescador correndo nas veias,
o balanço do barco é como ser ninada.
Estou familiarizada.
Sou filha desse lugar!
Não tenho medo dos segredos do mar...
Eu poderia escrever mil versos sobre essa calmaria de estar em casa,
Eu poderia escrever mil versos explicando a minha felicidade...
Mas, eu não quero, eu não posso, eu não conseguiria.

Quadrado

Constância, felicidade, reto, horizonte.
Desce, desce, desce.
Perco tudo, a referência e a mim.
Constância novamente...
A gente se acostuma.

sábado, 19 de março de 2011

Versos não correspondidos.


Eu e você.
Não tem muito a ver.
Mas há, mas é.
Relação silenciosa.
sem saber,
sem futuro,
sem querer.
Eu gosto de você.
Eu gosto mesmo de você!
Não entendo o porquê,
Mas, você tem um cheiro...
E um silêncio que me inquieta.
Racionalmente, eu não sei explicar o que me prende tanto.
Mas toda vez que digo pra mim mesma que vou te deixar,
toda vez que digo que vai ser a última vez,
eu me apaixono ainda mais...
E me amarro ainda mais no nosso jeito.
Queria te levar na minha mala,
te encaixar nos meus planos.
Explorar o “nós", sem deixar de ser dois.
Mas, não é recíproco.
É platônico.

segunda-feira, 14 de março de 2011

.

Fica mais um pouquinho, não vai agora não.
Ainda tá cedo, o café mal esfriou.
Tem biscoito no armário, até ar se você sentir calor.
Não vai embora não, esse sofá é muito grande pra mim.
Deixa a TV falando sozinha, desliga o computador.
Vem cá, o tempo passa tão rápido quando você está aqui...
Tempo mal amado! Bem que ele podia congelar quando você me abraçasse, ou ao menos se igualar ao ritmo dos seus dedos quando acarinham meus cabelos.
Fica mais um pouco, meu amor?!
Fica até amanhã cedinho...
Tá, Tudo bem! Parei de insistir!
Vai ficar mais 10 minutos então?
10 minutinhos? Tá certo!
Vem, vem logo então, vem aproveitar.
Não quero perder um só segundo...

domingo, 13 de março de 2011

Ciranda

Buscando e procurando, sempre gerúndio. Futuro do pretérito imperfeito, atuais e presentes, imperativas e hiperativas. Não sabem o que querem só o que não querem. Semana das mulheres, das loucas mulheres. Passionais e desmedidas, verdadeiras atrizes que representam seus próprios roteiros, típicos melodramas hollywoodianos.

Não foi por acaso este tema, muito menos esse texto, essas mulheres me renderam e me emocionaram por esses dias, estou a par das suas hipérboles e antíteses. Malditas mulheres! Tão geniais e geniosas, histéricas e incompatíveis. Como completar algo que já é inteiro? Mulheres inteiras e faltantes. Catherine Heathcliff, Maria Helena de Woody Allen, e Maria, nome fictício de uma mulher real, nome que inventei quando a vi transbordar em si naquele palco vazio.

Bruxas, armadas e cretinas. Tão românticas, amantes e passionais. Musas imperfeitas, criminosas e suicidas, amantes do drama, da ponte e do veneno. Nada parecidas com as princesas dos contos de fadas. Autoras de contos de terror e luxúria. Filhas de Eva que não hesitariam em comer do fruto proibido. Poemas corpóreos, tatuados em anagramas indecifráveis. Mulheres sem manual, doidas e santas de Martha Medeiros.

Mulheres MAIÚSCULAS, inconstantes e inseguras. Feministas de Simone de Beauvoir, anti- Amélias e anti- Marinas, ovelhas negras. Mulheres livres, viciantes e viciadas. Putas e artistas. ARTISTAS! Que tiram o S da crise e criam. Criam e são, sobretudo, porque amam. Mães da arte e do mundo.

Sofrem, por não serem medíocres, por não serem comuns, por saírem da reta, mulheres que sofrem por amor em demasia, o excesso de fato é um fardo. O excesso que colore o mundo, excesso explodindo na mais sofisticada arte. Uma explosão de ser, de essência fenomenológica e fenomenal, criadoras e criaturas. Mulheres reais e até quando racionais... Sentimentais.