segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"É sempre amor mesmo que mude..."

Despediu-se...
Foi demorado, progressivo.
Durou meses, até anos.
Doeu muito, parcelado.
Mas, despediu-se.
E de uma noite para outra foi embora naturalmente,
sem perceber, sem se fazer notar.
Apenas foi embora, como se nunca estivesse estado ali por tanto tempo.
Não foi brusco, ao contrário,
doeu o dobro por não ter sido de uma só vez.
Por vezes alimentei-me de falsas esperanças,
de um amor passível de um cuidado.
Era a nossa fantasia, para amenizar o desamparo.
Éramos o nosso porto seguro,
até o dia que aprendêssemos a andar sozinhos.
E aprendemos, os dois.
E foi assim naturalmente...
Que o amor, o ardente amor da gente,
foi virando, virando e virando amizade.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sem título.

E tão difícil de ler você. Você consegue ser a pessoa mais carente e mais estúpida no mesmo intervalo de tempo. Finge que não me vê, desliga o telefone, some por vários dias. Mas é só te ignorar e você me sufoca com tanto carinho. Do que você foge quando se aproxima de mim? O que você acha que eu posso te dar? Eu não posso te dar. Sua histeria faltante é quase irresistível. É muito fácil se encantar por você. É muito fácil se apaixonar por esta intensidade que você transmite. Mas que bagunça é você. Tenho minhas dúvidas se teria encarado esse precipício se soubesse antes. Você é louca. Você é completamente louca. Você me faz depender de você, dessa confusão que virou minha vida e dessa inconstância de sentimentos que você me fez sentir. Como eu quero te matar. Como eu quero amar você. Eu só queria estabilidade. Era pedir muito? Você pode ser tudo, menos morna, menos neutra e menos imperceptível. Não tem como não notar você. Não tem como não parar dois minutos e pensar algo sobre você. Você é maluca. Você é louca, mas, sem você, tudo fica normal demais, fica branco, fica previsível. Sem você, o dia começa e termina no mesmo horário. Sem você, a casa permanece arrumada e eu permaneço constante. Que tortura é ser normal depois de ter enlouquecido com e por você. Que tortura esse dia branco, sem uma briga, sem um objeto quebrado, sem uma gargalhada verdadeira, sem um amor bem feito. Você, louca, saiu da minha vida do nada, do mesmo jeito que entrou, e me causou uma neurose obsessiva grave. Agora eu tenho mania de arrumar coisas, pedindo pelo amor de Deus pra que você volte pra desarrumá-las novamente.