sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poesia a quatro mãos.

- Vamos fazer poesia a quatro mãos?
Te dou minhas duas, com dedos dez.
E tomo as tuas em revés.
...
A gente tenta, mistura a tinta da inspiração
e mescla em mosaico as nossas idéias,
as nossas saudades,
nosso mútuo bem-querer,
as nossas vontades de, em parte-por-parte,
fazer arte virtual.
Facebookiando meu carinho por você!


- Te dou meus pés, meus olhos e os meus ouvidos.
Te trago movimento,
poesia em espiral.
Aceita o meu corpo como rascunho,
E vê das nossas tintas novas cores surgirem.
O colorido dos nossos amores,
tão tristes,
tão grandes,
e tão passionais,
se encaixam, se perdem e se espalham...


- A gente tenta fazer da tinta arte.
Um mundo à parte se reiventa.
E é tão lindo quando moldamos as palavras ao nosso bel-prazer,
um prazer escrito.
Um grito virtual de caracteres partidos,
perdidos,
procurando se encontrar.
E é nessa união de ritos que a nossa gramática se ajeita,
se aninha,
a sua com a minha,
virando poesia.
Cuidado, Camilla, isso vicia. =)


- Nossa poesia é livre,
sou João, Maria,
sou você, sou eu.
Sou quem quiser.
Nossa poesia é tão livre que a gente se prende.
Se amarra, se agarra, se cuida.
As letras namoram umas com as outras,
as frases deslizam sozinhas pelo corpo.
Corpo rascunho,
Coração - produto final.
Poesia é isso,
a fantasia que vira real.
Poesia é isso,
é orgia,
é primeiro amor,
é separação.
É espiritual, viceral...
Mesmo quando virtual se torna real.


- Concordo plenamente e bebo tuas palavras com goladas grandes.
E brindo à dadiva do encontro,
do canto,
da rima.
A vida nos ensina a ver beleza no outro,
nas coisas,e fazer disso ferramenta.
A gente pode não mudar o mundo com nossa poesia... mas a gente tenta.

- A gente muda o nosso mundo.
A gente muda a nós mesmos.


.
Camilla Veras e Caio Muniz

...

Nariz vermelho e malabares,
Arte virando sorrisos.
Sorrisos virando aplausos.
Me apaixonei por um palhaço.
Amei um personagem.
O picadeiro das nossas vidas mostrou que um mundo diferente o aguardava,
E a paixão pelo estrangeiro foi diminuindo tanto...
Que quase desapareceu.
O tempo passou e do palco fiz casa.
E eis que o palhaço viajante retorna,
trazendo alegria para essas bandas e fazendo do meu coração um completo circo.
Mas, o destino é como uma corda bamba,
e de platônico amante, o meu palhaço, passou agora a ser o meu mais fiel admirador.