Nariz vermelho e malabares,
Arte virando sorrisos.
Sorrisos virando aplausos.
Me apaixonei por um palhaço.
Amei um personagem.
O picadeiro das nossas vidas mostrou que um mundo diferente o aguardava,
E a paixão pelo estrangeiro foi diminuindo tanto...
Que quase desapareceu.
O tempo passou e do palco fiz casa.
E eis que o palhaço viajante retorna,
trazendo alegria para essas bandas e fazendo do meu coração um completo circo.
Mas, o destino é como uma corda bamba,
e de platônico amante, o meu palhaço, passou agora a ser o meu mais fiel admirador.
Sou sua fã, não pare de escrever! :)
ResponderExcluirFÁBULA CIRCENSE
ResponderExcluirEntre piadas e malabares, a bailarina enamorou-se. E o sorriso do palhaço agigantou, o circo do seu peito pegou fogo. A bailarina, menina, dançava então a primeira sensação de um sentimento. E o palhaço, domador de carinho, evitava tirar a maquiagem e mostrar-se por inteiro. Não foi verdadeiro, plastificou. A bailarina percebeu a não-entrega e se frustrou: rodopiou tristezas por todo o picadeiro. Sua lamúria durou um ano inteiro. Por fim, trocou de circo e hoje é imensamente feliz ao lado de um trapezista nada trapaceiro. E o palhaço? Borrou a maquiagem do peito e não tem jeito de consertar: vive fingindo um sorriso que não lhe pertence. Mas tá ruim pra disfarçar.
(Caio Muniz)