domingo, 13 de março de 2011

Ciranda

Buscando e procurando, sempre gerúndio. Futuro do pretérito imperfeito, atuais e presentes, imperativas e hiperativas. Não sabem o que querem só o que não querem. Semana das mulheres, das loucas mulheres. Passionais e desmedidas, verdadeiras atrizes que representam seus próprios roteiros, típicos melodramas hollywoodianos.

Não foi por acaso este tema, muito menos esse texto, essas mulheres me renderam e me emocionaram por esses dias, estou a par das suas hipérboles e antíteses. Malditas mulheres! Tão geniais e geniosas, histéricas e incompatíveis. Como completar algo que já é inteiro? Mulheres inteiras e faltantes. Catherine Heathcliff, Maria Helena de Woody Allen, e Maria, nome fictício de uma mulher real, nome que inventei quando a vi transbordar em si naquele palco vazio.

Bruxas, armadas e cretinas. Tão românticas, amantes e passionais. Musas imperfeitas, criminosas e suicidas, amantes do drama, da ponte e do veneno. Nada parecidas com as princesas dos contos de fadas. Autoras de contos de terror e luxúria. Filhas de Eva que não hesitariam em comer do fruto proibido. Poemas corpóreos, tatuados em anagramas indecifráveis. Mulheres sem manual, doidas e santas de Martha Medeiros.

Mulheres MAIÚSCULAS, inconstantes e inseguras. Feministas de Simone de Beauvoir, anti- Amélias e anti- Marinas, ovelhas negras. Mulheres livres, viciantes e viciadas. Putas e artistas. ARTISTAS! Que tiram o S da crise e criam. Criam e são, sobretudo, porque amam. Mães da arte e do mundo.

Sofrem, por não serem medíocres, por não serem comuns, por saírem da reta, mulheres que sofrem por amor em demasia, o excesso de fato é um fardo. O excesso que colore o mundo, excesso explodindo na mais sofisticada arte. Uma explosão de ser, de essência fenomenológica e fenomenal, criadoras e criaturas. Mulheres reais e até quando racionais... Sentimentais.

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