Esse texto nasce dos meus olhos cansados e da poluição sonora da cidade grande. Buzinas, intolerância e trânsito parado me levaram a mais doce das alienações: meu fone de ouvido e uma música aleatória. Estou cercada de burros seres humanos, caretas e paradoxais. Assistindo um sistema sucumbindo em sua própria desigualdade. São mentiras que nos aprisionam, rupturas necessárias para a liberdade. Liberdade que as pessoas acham que possuem, pura mentira! Sinto-me estranha ultimamente, com uma sensação de esconderijo, de estar fora do padrão. Será que o meu sofrimento não está notável? Porque as pessoas são tão preocupadas com a aparência? Porque elas são tão cruéis com o diferente? Cruzo com pessoas todos os dias, portas que se abrem e fecham, controladas. Muitas se perdem no hábito, muitas morrem na praia. Sonhos moldados, dedos e mais dedos na hora de escolher as palavras. Medo do outro, medo de si mesmo. Meu corpo é forte, minha mente inquieta, meu coração é do tamanho do mundo e a minha insegurança também. Não me sinto segura nessas ruas escuras, meus passos são ágeis e firmes, meus olhos atentos. Ando por caminhos que a minha intuição leva. Não me faça perguntas difíceis, não me coloque na parede, não me obrigue a ser cruelmente sincera. Minha coesão textual é confusa, minha angústia é da minha altura. Talvez o silêncio agora seja o melhor remédio.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Salvador, 11 de fevereiro de 2012.
Definitivamente fui fisgada, tive sorte e encontrei aquilo que parecia impossível: a peça do lego que se encaixa perfeitamente em mim. Simples, como uma melodia de uma nota só. Complexo, como a legião de fatores emaranhados que nos uniu. Você que sou eu; eu que sou você; dois em um único nós. Atesto que já não quero eu sem você, nem você sem mim. Case comigo!? Eu quero ser a mulher que vai te acordar todos os dias te pedindo abraço, pedindo pra você chegar para o canto, pedindo pra você acordar rápido e não se atrasar. Eu quero ser a mulher que vai dormir com a sua camisa preta com estampa de banda de rock e continuar sendo a mais linda do mundo pra você. Quando eu me perco te olhando, o meu desejo é que o tempo passe devagar. É uma tortura a forma como o tempo passa rápido quando o seu beijo arrepia a minha nuca e o seu corpo quente derrete o meu. Queria viver contemplando o seu sorriso, brincando com o seu nariz em formato de pipoca e beijando os seus olhinhos com cores de água de rio. Sabe, eu quero ganhar o mundo ao seu lado, dividindo o peso da minha mochila de 48 litros com você. Quero descobrir os vales mais lindos de mãos dadas, caminhando no seu passo e descobrindo o nosso ritmo. Quero morar com você em uma barraca de camping, acordar com o sol frio e receber o bom dia mais cheio de amor que pode existir. Quero o seu afeto para sempre! Meu amor, eu adoro ser parecida com você, adoro enxergar em você os meus defeitos. Adoro você e tudo que você faz, porque você é o homem mais encantador deste mundo. Adoro ser sua inspiração e seu escape, adoro seu colo, seu porto, adoro ser sua namorada pentelha. Sabe, eu sou completamente apaixonada pelo amor da gente.
Com amor,
C.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
A atmosfera atual tem
tons de angústia e tensão. A vida está na corda bamba, a nossa falsa ideia de
segurança está voltada para um espelho em pedaços, quebrado no chão, com as
pontas para cima. Segurança cortante, estamos reféns de nós mesmos. Meu corpo é
matéria do universo e vibra em confluência com a energia do mundo. Estou com a
energia baixa, me sinto mal, descarregada, desestimulada. O mundo tem sido cada
vez mais cruel e isso é apenas advertência na hora do jantar. Mariana, a sua
ideia de mudar o mundo virou utopia imatura. Você que não cresceu com as
árvores, você que permanece in Wonderland, de questionadora fantasia à comércio
cinematográfico. Alice, Sofia, me perdoem, é que eu ando tão cansada para o
conhecimento... O que eu queria mesmo era deitar numa pedra embaixo de uma
cachoeira e ficar lá até o sentido perder o sentido, mente em branco, sem
linguagem. A humanidade me dá apatia, paralisia, tá dando pane no meu sistema.
Eu queria a liberdade que não é humana, que não é simbólica, eu que sou parte
da natureza, não sinto natureza só porque eu sou capaz de pensar e falar sobre
ela. Estou cansada desta hipocrisia, eu quero paz.
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