Ando sem tempo, ando sem rumo, meu relógio anda no sentido anti-horário. Eu ando ao contrário e não tenho controle algum dos meus sentimentos. O interessante passa a ser chato no mesmo segundo, as tão intensas sensações beiram os seus extremos - dicotômica, sem meio termo. É doce e amargo, bom e ruim, bonito e feio, na mesma velocidade que me faz incapaz de apreender e transformar em sentido. Não tem sentido, não faz sentido.
A única coisa que permanece constante é a já conhecida voz que fala calmamente ao meu ouvido, talvez seja uma psicose se desenvolvendo, uma alucinação auditiva, quem sabe. Eu sei que ela não me oprime, não me persegue, apenas me aceita. Há quem chame de anjo, de espírito, de guia, de Deus. Há quem diga que são meus pensamentos ao tom da minha voz. Eu digo que é tudo isso: Eu, a psicose, a neurose, a intuição e Deus.
Penso nos livros que li, nos filmes que assisti, nas bocas que eu já beijei, nos sorrisos que eu já ofereci, lembro das cartas de amor que eu já escrevi e sei que isto está em algum lugar em mim que eu não consigo encontrar mais. Eu me perco todos os dias nessa infinitude que eu descobri ser e é escuro olhar pra dentro. Eu não enxergo, tropeço em mim mesma e paro de procurar, apenas sento e espero, como uma criança perdida.
Eu sento e espero a luz do sol trazer novamente a minha coerência e o meu autodomínio, esse texto não tem coerência, mas esse texto revela o que eu sou agora, amor e ódio pela mesma coisa e pessoa, lágrimas de aprisionamento de mim mesma, lágrimas por estar solta demais. Eu sou um paradoxo e não sei o que fazer com isso. Talvez não deva fazer nada, apenas sentar e esperar, ou talvez deva jogar esta histeria num divã, pagar por algumas horas pra ver minhas palavras brigando com meus pensamentos. Outra opção seria beber, sentar num bar barato e beber por cada dia da minha vida até dissolver meu sangue em álcool, ou quem sabe implorar na recepção de um hospital por um coma induzido, uns 5 dias de silêncio profundo, afinal, meditar é um exercício muito difícil pra mim. Pensei também, em comprar antidepressivos, calmantes, antipsicóticos e me dopar de remédios por umas duas semanas, mas não sei, prefiro reclamar somente.
Hoje eu sonhei com o mar, Yemanjá me dava caldos incessantes no sonho, como se quisesse me sacudir, me acordar ou brigar comigo por algo. Foram minutos angustiantes, no qual eu respirava desesperada quando chegava na superfície e logo era interrompida pela a fúria das ondas que me derrubavam e me faziam perder novamente o sentido. Muito provavelmente, esse sonho ilustre este texto e reflita o quanto eu não sei lidar com o inesperado, com a falta de sentido e com os caldos que eu recebo. Talvez esse sonho mostre o meu desconforto por estar longe da superfície, do tranquilo e do previsível. Na verdade, eu acho que não precisaria nem sentar, nem me tratar, nem beber, nem me dopar, muito menos ficar em coma pra entender que eu posso conviver com a crise e o paradoxo sem sofrer tanto assim, afinal, só na matemática 2+2 é igual a 4.
A única coisa que permanece constante é a já conhecida voz que fala calmamente ao meu ouvido, talvez seja uma psicose se desenvolvendo, uma alucinação auditiva, quem sabe. Eu sei que ela não me oprime, não me persegue, apenas me aceita. Há quem chame de anjo, de espírito, de guia, de Deus. Há quem diga que são meus pensamentos ao tom da minha voz. Eu digo que é tudo isso: Eu, a psicose, a neurose, a intuição e Deus.
Penso nos livros que li, nos filmes que assisti, nas bocas que eu já beijei, nos sorrisos que eu já ofereci, lembro das cartas de amor que eu já escrevi e sei que isto está em algum lugar em mim que eu não consigo encontrar mais. Eu me perco todos os dias nessa infinitude que eu descobri ser e é escuro olhar pra dentro. Eu não enxergo, tropeço em mim mesma e paro de procurar, apenas sento e espero, como uma criança perdida.
Eu sento e espero a luz do sol trazer novamente a minha coerência e o meu autodomínio, esse texto não tem coerência, mas esse texto revela o que eu sou agora, amor e ódio pela mesma coisa e pessoa, lágrimas de aprisionamento de mim mesma, lágrimas por estar solta demais. Eu sou um paradoxo e não sei o que fazer com isso. Talvez não deva fazer nada, apenas sentar e esperar, ou talvez deva jogar esta histeria num divã, pagar por algumas horas pra ver minhas palavras brigando com meus pensamentos. Outra opção seria beber, sentar num bar barato e beber por cada dia da minha vida até dissolver meu sangue em álcool, ou quem sabe implorar na recepção de um hospital por um coma induzido, uns 5 dias de silêncio profundo, afinal, meditar é um exercício muito difícil pra mim. Pensei também, em comprar antidepressivos, calmantes, antipsicóticos e me dopar de remédios por umas duas semanas, mas não sei, prefiro reclamar somente.
Hoje eu sonhei com o mar, Yemanjá me dava caldos incessantes no sonho, como se quisesse me sacudir, me acordar ou brigar comigo por algo. Foram minutos angustiantes, no qual eu respirava desesperada quando chegava na superfície e logo era interrompida pela a fúria das ondas que me derrubavam e me faziam perder novamente o sentido. Muito provavelmente, esse sonho ilustre este texto e reflita o quanto eu não sei lidar com o inesperado, com a falta de sentido e com os caldos que eu recebo. Talvez esse sonho mostre o meu desconforto por estar longe da superfície, do tranquilo e do previsível. Na verdade, eu acho que não precisaria nem sentar, nem me tratar, nem beber, nem me dopar, muito menos ficar em coma pra entender que eu posso conviver com a crise e o paradoxo sem sofrer tanto assim, afinal, só na matemática 2+2 é igual a 4.
Se te serve de consolo, seu sentimento é compartilhado por todos que conhecem de fato essa psicologia.
ResponderExcluirSeu sentimento é compartilhado por mim, tudo isso aí. (Nas palavras da Diva Clarice Bacelar, isso é o dom dos artistas, dos poetas; falar dos outros ao falar de si)
E olha que a gente se estressava, pré vestibulandas, quando nos diziam: "Psicologia é curso de maluco! Escolhe outra coisa, menina! Vai fazer direito, medicina!"
Agora eu tenho plena certeza disso, e o pior - ou melhor: nem me importo :)
Virei sua fã, velho. Você é muito boa, só podia ser minha amiga! hueaheuhae
ResponderExcluir:D
Camila permita-me dizer: Só quem tá perdido é que procura caminho, muitos que "se acham" muitas vezes caminham sem saber para o precipicio...De Hesse creio que em Demian colhi que "o mundo é um ovo e para nascer é preciso destruir um mundo"... o bom das "crises de crescimento" é poder recordar-se delas com muito humor depois que já passaram... e vamos em frente que atrás vem gente!!! Eu tambem blogo no www.lanternadosafogados.blogspot.com apareça! abraços
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