Rio de Janeiro, em janeiro, uma casa vazia e sete cigarros queimados. Ansiedade versus apatia, óculos manchados, não levanto da poltrona, não irei limpá-los. É meio dia, permaneço de pijama, o mesmo da noite que encarei sozinha. Continuo acordada, não lembro a última vez que dormi. Estou assim, inerte, sonâmbula, fumante... No peito uma aceleração sem explicação, estou sufocando de agonia, um carnaval acontece dentro de mim. Por fora, pura inércia, não há mais o que fazer. Não vou pentear os cabelos, nem curtir o verão da cidade maravilhosa. Não vou tirar este pijama, nem parar de fumar. Eu tenho direito de escolher como quero morrer e felizmente a dor me inspira. No entanto, um último recado, daqueles que deixaria na geladeira para quando alguém me encontrasse afogada em um copo de whisky. Um simples bilhete, com os seguintes dizeres: Eu me importo com você.
Eu gostaria de elogiar com adjetivos bem comportados, mas não dá. Muito foda, já li várias vezes.
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